terça-feira, 7 de agosto de 2018

sábado, 28 de julho de 2018

sábado, 22 de novembro de 2014

No Consultório de Lacan / Rendez vous chez Lacan (2011)



Após algumas buscas, ha alguns meses atrás, descobri esse importante documentário com depoimentos de pessoas ligadas à Lacan. Sempre me interessei por biografias e depois que assisti a este video pude compreender um pouquinho a mais da vida desse brilhante e revolucionário psicanalista. Muito interessante os relatos e a forma como é apresentado o material. Vale a pena conferir.

terça-feira, 18 de março de 2014

Surpresa e gravidez de sete meses.

Após algum tempo, muito tempo, sem postar nada por aqui, venho falar de algo que fez com que parte do meu tempo fosse direcionado à um outro horizonte: meu filho. Mas estava pensando, escrevendo sobre outras coisas e decidi escrever um pouco sobre Miguel e sua chegada. Sem dúvida alguma, um dos momentos mais felizes na vida de um homem, de uma mulher, de um pessoa, é a chegada de um filho. Dia vinte e oito de novembro de doi mil e treze, essa foi a data que nos aconteceu a tão esperada chegada de Miguel. Sete meses após a concepção, e agora? o que faríamos? Primeiramente, o sétimo mês é um periodo muito crítico,é o momento em que a barriga de fato aumenta, aumenta mesmo, os movimentos do bebe são cada vez mais intensos, dores de cabeça são constantes, o corpo cada vez mais morbido, além da ansiedade pelo nascimento que está cada vez mais perto, bem mais perto. Sem contar que o bebê ja faz parte do imaginário do casal, de toda a família. Estava previsto que o nascimento fosse apenas em janeiro, mas Miguel insistiu que seria sargitariano,de sete meses, não deu outra. Na noite do dia vinte e sete de novembro, Telma foi para a faculdade, passou a noite com um "pequena Cólica" (Inocentes, rsrsrs), quando chegou em casa, por volta de meia noite, a dor ja a consumia por inteira. Ainda assim pensamos que seria algo normal, coisa de gravidez, ela então foi até a casa da mãe dela tomar algum chá, remédio, algo que cessasse a dor. Meia hora depois ja estavam em direção ao hospital e depois ja entrando em trabalho de parto. (Eu, em casa, achando que era apenas uma dorzinha, normal, coisa de gravidez). 4:00am, o telefone toca, minha sogra avisava: "MIGUEL NASCEU, É TÃO LINDO"(ela nem o tinha visto ainda). Não sabia se pulava, se gritava, se corria, se sorria, se chorava, só sabia que queria vê-lo o quanto antes. "não é possivel, só são sete meses", eu pensava, mas a gravidez tem dessas surprises, então me conformei. Tivemos que nos habituar com a nova ideia as pressas e ao mesmo tempo contermos a alegria em prol do estado da saúde de Miguelito. Estava muito fragil por ser prematuro, mas reagia muito bem a todos os estímulos necessarios. Todos vinham me parabenizar, me ligar, mandar mensagens e eu na correria de estar ao lado de Miguel e de telma, ainda acostumando com a chegada de Miguel. Eu de alguma forma que não sei explicar (então deve ser psicológico, rsrsrs), tambem havia ficado grávido e aquele seria o momento do parto mental, de sete meses, imaginem a bagunça na mente. Um infinito turbilhão de sentimentos e responsabilidades antecipadas, estavamos todos, absolutamente todos, despreocupados até então e ja haviamos feito planos e mais planos para o natal, reveillon, até chegar janeiro e a vinda de Miguel. As responsabilidades, estas sim, acompanham os sentimentos. Em um momento como este, onde o inesperado premedita o caos, temos que nos revelar fortes a qualquer custo, não importa o que aconteça, sempre seremos, enquanto pais, lembrados que outras pessoas precisam de nós e por maior que seja a "bagunça" na cabeça, temos que dar um jeito de organizar e se organizar. Sabendo sempre que temos uma vida pela frente para amar, valorizar, educar, apreciar e entre outras coisas, dar exemplos aos nossos filhos. Enfim, o mais importante é não se deixar levar apenas pela emoção do nascimento, mesmo que seja no momento inesperado, que te deixa sem saber o que fazer, coisas de Gravidez (de sete meses).

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Ordinária insônia

Uma grande questão a ser posta nos tempos de redes e dispositivos sociais é a insônia. Ela te faz refletir, elaborar, modificar, dialogar consigo mesmo, e quase sempre sobre problemas ou questões mal resolvidas. Mas o maior problema da insônia, mais do que o apego as redes sociais, é a programação da TV aberta brasileira, no turno da madrugada. Nunca tem um programa disponível sobre esportes, cultura, ou até mesmo uma boa musica. Por outro lado o que chama mais atenção é o domínio quase que integral das igrejas ditas evangélicas, neo pentecostais, protestantes, ou como queiram chamar. Há que se comentar também, pra não passar em branco, uns dois ou três canais católicos e por vezes um programa espírita. O que me chamou atenção não foram os programas, mas a forma como as igrejas estão abordando os seus “fieis”. É justamente uma boa hora, estratégica. Poderia ser ao meio dia, concorrendo com o jogo aberto, balanço geral, ou quem sabe às treze horas para assim recorrer à uma população em pleno almoço ou intervalo do trabalho. Mas apenas na madrugada a grade de programação evangélica se multiplica. Sabemos que pessoas que ficam acordadas, com insônia, na madrugada tem mais possibilidades de estarem, ou em situação de desemprego ou em algum estagio de melancolia ou ainda com a possibilidade de algum estagio depressivo. Evidentemente pode ser alguém que não esteja comprometido emocionalmente, como alguns internautas que não trabalham, ou apenas sentem prazer em explorar a madrugada. Mas é muito suspeito uma pessoa que não tenha nenhum problema desenvolva um quadro de insônia. Pode ser que algumas pessoas pensem que estou sendo contra as igrejas e suas filosofias, mas apesar de não aceitar os ideais religiosos, o que me incomodou foi apenas a programação da televisão aberta no horário da madrugada. Poderiam pensar, quando fossem montar os horários dos programas, numa outra categoria de pessoas, que não são depressivos, (assim como eu) e que querem algo mais animado, mais vital. E mais ainda: se querem realmente atingir os depressivos, que seja com animação gente. Já não basta a vida cinzenta de uma pessoa com depressão ou desempregada. Pelo menos alguns dos programas dos quais assisti por algum pouco tempo só me deixaram com certo embotamento psicológico. Decidi então não ver mais, mudar de canal, e o que vi nos outros? A mesma coisa. Solução? Correr pro facebook, twitter, e-mail, skype, msn. É assim que a maioria das pessoas fazem. O fato é que acabam trocando seis por meia dúzia, pois nem sempre o conteúdo dessas mídias agrada ou expressa alguma qualidade. No entanto isto pode até ser uma solução criativa. Pode até ser um recado dos internautas as grandes marcas da TV aberta. Um clamor por uma boa programação, independentemente do horário? Pode ser que seja. Caso contrário, iremos presenciar a falência ininterrupta de grandes marcas televisivas. Afinal, não é de hoje que se cogita a fim da televisão ante o nascimento e crescimento da era da informática. Será? Para concluir devo dizer que os cidadãos brasileiros sempre se reinventarão, modificarão, e até mesmo ampliarão suas possibilidades de informação. E depois de tentar expor inquietações, tomando como base a minha própria insônia, talvez o maior recado seja esse, enquanto o sono não vem.

AMORES INCONVENCIONAIS

Quando, certa vez, estava a procura de algo para assistir na tv, deparei-me com um programa documental onde dois homens, aparentemente de idade já avançada, debatiam de forma bastante elegante. Os dois senhores conversavam num constante sussurro, quase inaudível. Mas ao aumentar o volume, percebi que era de mulheres que falavam. Não me surpreendi, confesso. Não apenas por saber que existe sexualidade entre os idosos, mas também, por saber que o tema mulher é sempre uma pauta de relevante interesse entre os homens, não importa a idade. Os senhores falavam de um caso de amor no qual um jovem namorou por meses com uma moça muito atraente. No entanto, todo o investimento afetivo havia declinado, pouco tempo depois. Não houve consistência da parte dele. E logo, tudo não passou de um relacionamento superficial. - “ah, eu lembro”, diz o outro. - “Ele passava todo o tempo em conversa com o sogro”. Era um cavalheiro, boa índole, a companhia perfeita. Tudo o que fosse necessário para o encaminhamento matrimonial. Mas o tempo passou e a conversa continuou no mesmo tom de voz enfadonho. No desenvolver da conversa, já falavam do desfecho do caso comentado. O rapaz que não ganhou o coração da moça teve que se contentar com outro romance e a cortejada em questão encontrou um outro namorado com quem foi mais feliz e até casou. Namorado este que não tinha nada de cavalheirismo, ao contrario, comportava-se sempre de forma muito indelicada. A conversa apontava para um descontentamento emocional. Parecia que ambos sentiam-se afetados pela história que contavam. Como se cada um sentisse certa parcela de pena daquele relacionamento inexistente: a história de um desamor. Após comentarem a eventualidade, um dos senhores falou do desfecho do caso como sendo o mais esperado. Primeiro porque, naturalmente, nenhuma mulher iria gostar de um homem que conversava mais com o sogro do que com ela mesma. E segundo, porque o segundo namorado não conquistou o coração da família, em especial o do pai da moça. Ao contrário, era um transgressor sem escrúpulos. “as mulheres gostam deste tipo de homem” diziam. O primeiro a demonstrar rebeldia ganharia seu namoro. Apesar de imaginar-mos que isto tenha se passado à décadas, muita coisa não mudou no que se concerne ao tema relacionamento. Constatamos aí duas histórias: uma de desencanto e outra que deu certo. A que não deu certo, buscou-se um padrão, uma rotina, uma adequação. Na outra, houve um apaixonamento pelo proibido, a moça desejou um estereótipo rebelde. Isto me faz lembrar de quando falam da “metade da laranja”, “alma gêmea”, enfim, de um amor hollywoodiano, onde há destaque para os pares perfeitos. A literatura psicológica, amparada pela psicanálise, evidencia que a falta como condição desejante é o que move o sujeito em sua busca pela felicidade. Dessa forma, entendemos como as mais diversas paixões, quase sempre necessitam de disparidades para se afirmarem enquanto paixões. Assim, torna-se compreensível o entendimento destas paixões ditas impossíveis que dão certo. Não por acaso, busca-se sempre o que está nos faltando. Esta é a linha que segue o desejo. Estamos sempre buscando preencher o nosso vazio. Em resumo, não podemos desejar aquilo que já temos. Por isso temos sempre esta atração pelo desconhecido, por aquilo que não podemos explicar com palavras, mas que está sempre a nos causar incomodo ou satisfação, embora não plena, mas suficientemente intensa. Assim, explica-se as mais dramáticas histórias de amores e desamores de todos os tempos. É preciso certa dose de angustia, disparidade e desejo avivado. Mas nem sempre convencional! Renato Antonio de Paiva